Como prometido, segue a entrevista com Ronaldo, autor do livro recomendado"Meu nome é Albert". É muito bom conhecer um pouco sobre a vida do autor, suas experiências e o que o levou a escrever um livro tão bom. Aproveitem!
Ronaldo Viana S. tem 53 anos, é pastor batista, teólogo, historiador, professor de História,
Filosofia, Sociologia, História do Cristianismo e História de Israel. Pós-graduado em Ciências da
Religião e História da Igreja, exerce a docência em seminários batistas há quase vinte anos. É
casado com Gicelda Ribeiro e tem um filho, Hil Ribeiro. Após ter sobrevivido a um grave
acidente de carro, em 1999, pela graça de Deus, Ronaldo também tem se dedicado a contar
boas histórias e a ajudar pessoas a superar seus limites e suas adversidades.
"Meu nome é Albert" é seu sexto livro, sendo seu segundo romance.
1. O que o levou a escrever um livro sobre bullying?
Aos três anos de idade tive poliomielite (paralisia infantil), fiquei com o rosto (o lado
esquerdo) bem deformado. Por causa da doença a minha vista esquerda ficou quase
inválida e os nervos também da face esquerda paralisados. Dá para imaginar como
ficou o meu rosto. Então, os meus dois primeiros romances – um ainda não foi
publicado – foram forjados em minhas experiências pessoais, ou seja, o livro “Meu
Nome é Albert!” é fruto das minhas lutas diárias, na infância e na adolescência, contra
chamado bullying.
2. Você já sofreu bullying?
Como percebido, sofri muito bullying na infância, adolescência..., e, infelizmente, até
hoje. Na infância cheguei a contar 9 apelidos, cada um mais feio do que o outro. Por
isso, quando criança, fugia para lugares ermos a fim de me refugiar debaixo de árvores
– ou subia nelas – e criava as minhas histórias, minhas poesias.
3. Na sua prática profissional é comum ver casos de bullying e nos quais você
precisa intervir?
Sou professor de história, sociologia e filosofia. Lamentavelmente, vejo crianças,
adolescentes, sofrer bullying quase todo dia, pois é praticamente impossível não
presenciarmos comportamentos agressivos, xingamentos, brincadeiras de mau gosto,
apelidos..., em ambientes escolares. Em sala de aula, intervenho quando percebo que
tais comportamentos estão prejudicando o aprendizado de alunos vítimas, por causa
de dificuldades emocionais, psicológicas, provocadas pelo bullying.
A escola deve ter pessoas aptas – projetos permanentes de combate ao bullying – para
perceber, conscientizar, tratar com cuidado e imparcialidade tanto as vítimas, quanto
os agressores.
4. Por que sua história não se passa no Brasil?
Eu sou terminantemente contra a segregação racial, o etnocentrismo, ou seja, ao fato de
alguém se achar superior ao outro, ao próximo, pois Deus nos fez e nos ensinou a amar
uns aos outros, então, somos iguais. Uma das razões pelas quais a história de Albert se
passa na Alemanha é porque, de alguma forma, queria dizer que todos os homens são
de fato iguais, que ninguém deve desprezar o outro por causa da cor da pele, da
religião, do povo, etc. Lógico, de alguma forma, queria dizer NÃO a ideologia
segregacionista, preconceituosa de Adolf Hitler.
5. Você precisou pesquisar muito sobre o assunto para escrever seu livro?
Precisei pesquisar sobre bullying para ter coerência quando apresentasse as resoluções –
apresentadas no livro pela diretora Sofie, pelo psicólogo Fagner e pela professora Stefani –
para as dificuldades passadas com o garoto Albert, na escola e na família.
6. Como tem sido a aceitação do livro num mercado bastante complicado para
se entrar?
O mercado editorial realmente é muito complicado, e se pensasse nele eu, por certo, não
entraria neste negócio. Mas sempre digo que o princípio é contar uma boa história, histórias
que ajudem as pessoas a serem mais felizes e se sentirem importantes numa sociedade tão
materialista e preconceituosa. Do meu ponto de vista, os livro tem uma boa aceitação tanto é
que estou aqui neste site tão relevante dando a minha entrevista, contando a minha história.
Obrigado por esta oportunidade.